STEM: Tudo que você precisa saber sobre esse método
A educação global tem passado por mudanças importantes nas últimas décadas. Se antes o ensino era pautado em um modelo de alunos enfileirados em silêncio e conteúdos separados por disciplina, hoje o desenvolvimento da criatividade, participação e circulação de ideias tem sido cada vez mais observado em sala de aula, e o Stem é uma abordagem pedagógica que incentiva essas habilidades nos alunos.
STEM é uma sigla em inglês para “Science, Technology, Engineering and Mathematics” (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e a proposta dessa abordagem é induzir os alunos, por meio de desafios, a utilizarem seus conhecimentos nessas quatro áreas para desenvolver o pensamento científico e investigativo, desenvolvendo soluções criativas para esses desafios.
A palavra chave para a abordagem Stem é a interdisciplinaridade, e apesar do foco principal ser nas 4 áreas já citadas, é possível ampliar conhecimentos também em outras áreas, como artes (STEAM), combinando os múltiplos saberes de maneira a aplicar conceitos abstratos em situações práticas.
Stem: Como e onde surgiu?
O movimento Stem surgiu nos Estados Unidos na década de 90, sendo nomeado pela NSF (National Science Foundation). A abordagem Stem foi implementada inicialmente nos EUA, mas por ser voltada à formação de cientistas e pessoas que participam do desenvolvimento tecnológico e à fundamentação do que seriam as habilidades do século XXI, esse termo começou a ganhar popularidade e alcance mundial.
Em 2016, o presidente norte-americano Barack Obama fez com que o termo ganhasse ainda mais relevância nos EUA, a partir do investimento em projetos envolvendo Stem Education no país, incentivando principalmente a participação de mulheres e negros em busca de equidade intelectual e de protagonismo no movimento.
No Brasil, uma das principais áreas educacionais que utilizam-se da abordagem Stem atualmente é a da computação, especialmente no ensino de robótica e programação, mas é possível utilizar a ferramenta em outros contextos, desde que envolva a multidisciplinaridade, inovação tecnológica, no sentido amplo da palavra tecnologia, e a participação ativa dos estudantes no desenvolvimento de soluções para problemas que dialogam com a vida real.
Entre as preocupações do ensino Stem estão o desenvolvimento tecnológico do mundo contemporâneo (século XXI) e o desenvolvimento socioeconômico e ambiental, por isso o Stem trabalha com grupos, onde é possível incentivar o compartilhamento de ideias individuais, mas também trabalhar o relacionamento interpessoal entre os alunos em si e a relação aluno-professor.
Principais características
Entre as principais características da abordagem educacional Stem encontram-se:
- O aprendizado prático: que incentiva aplicação dos conceitos multidisciplinares aprendidos em projetos reais.
- A atividade em grupo mediada com certa distância pelo professor: que estimula a interação entre alunos e a independência para propor novas ideias.
- Foco maior nas ideias dos alunos: rompendo com os métodos tradicionais que colocam o professor como o único indivíduo que possui conhecimentos suficientes para interagir criativamente com o conteúdo.
- A inovação tecnológica: que incentiva o uso dos conceitos que seriam aprendidos apenas de modo intelectual ou abstrato para a criação real de algo que resolva um problema, seja um programa de computador, uma maquete ou outras propostas criativas.
Como aplicar o Stem em sala de aula?
O STEM ainda está em seus primeiros passos no Brasil, mas com o avanço tecnológico e de metodologias de ensino inclusivas e dinâmicas a tendência é que a sua presença em sala de aula seja mais frequente e até indispensável daqui a algum tempo.
Mas, para garantir que a abordagem seja feita de maneira adequada, existem algumas ações que já são observadas em instituições que aplicam o Stem, são elas:
- Formação docente adequada: esta é sem dúvidas uma das primeiras ações para a aplicação efetiva da abordagem Stem em sala de aula, pois é importante que o educador esteja ciente da quebra do paradigma de que ele tem que controlar a turma, já que com esse método os alunos precisarão de autonomia para desenvolver os projetos.
- Desenvolvimento de projetos em equipe: é importante pensar em pequenos grupos de trabalho e saber avaliar a participação dos alunos tanto individualmente quanto em relação ao desenvolvimento do grupo como um todo.
- Uso de tecnologias: é possível conciliar o Stem com robótica, programação e uso de computadores, mas caso a escola não tenha acesso a esses recursos, o uso da criatividade no desenvolvimento de engenhocas – em materiais reciclados, itens de papelaria, entre outras opções – que visem solucionar o problema proposto é mais que bem vindo.
- Estímulo ao pensamento empreendedor e criativo: por último, mas igualmente essencial, o aluno deve ter liberdade para criar e empreender novas ideias, sendo sempre estimulado a conectar os saberes interdisciplinares com o problema a ser solucionado.
Por fim, o STEM é uma abordagem educacional que pode e deve ser utilizada em sala de aula, principalmente no âmbito da educação digital, mas de maneira consciente e bem planejada.
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