FOMO

O que é FOMO?

Você já ouviu falar sobre FOMO? É possível encontrar este termo em textos de psicologia, autoajuda, economia, e diversos outros assuntos. Ele é um conceito bem recente, mas que está se tornando cada vez mais relevante, pois nosso mundo está em constante mudança e é comum que as pessoas se sintam pressionadas a acompanhar todas essas mudanças.

Porém, sendo um termo recente e estrangeiro, é comum que acabe sendo confuso ou difícil de entender. Por isso, vamos explicar aqui o que esse termo significa e porque é tão discutido atualmente.

O que significa FOMO?

FOMO é o acrônimo de Fear of Missing Out. “Missing out” é um termo em inglês que pode ser traduzido como “ficando de fora” ou “perdendo algo”, se referindo a um evento, oportunidade ou informação que está disponível por muito pouco tempo.

Portanto, “fear of missing out”, no caso, seria o medo de deixar passar algum evento ou oportunidade que poderia potencialmente ser importante para sua vida, ou não conseguir acompanhar a vida das pessoas próximas nas redes sociais, ficando de fora do seleto grupo de pessoas que estão aproveitando tudo isso.

O FOMO foi primeiramente observado em 1996, descrevendo exatamente o medo que muitas pessoas têm de não poder acompanhar com frequência as atualizações das redes sociais, e assim ficar de fora de notícias importantes, eventos que seus amigos estão interessados, entre outras coisas.

Essa necessidade de “estar por dentro” de tudo o que acontece é muito prejudicial à saúde mental. A presença de FOMO na vida de uma pessoa está associado à depressão e à baixa autoestima. É sempre importante lembrar que as pessoas normalmente só compartilham as partes boas de suas vidas, criando a ilusão de a vida delas é melhor que a sua, e portanto não é possível saber o quão boa é a vida delas somente pelas redes sociais.

Embora o conceito tenha sido desenvolvido para descrever essa dependência, ele foi posteriormente expandido para abranger outros casos em que também é muito relevante.

FOMO e novas tecnologias

No mundo da tecnologia, ser um “early adopter”, isto é, alguém que adota uma tecnologia nas fases iniciais de seu desenvolvimento, é algo que pode trazer muitas vantagens no futuro. Empresas que aderiram à robótica, à internet das coisas ou à impressão 3D logo no início delas hoje têm muito mais facilidade em utilizar as versões mais modernas e robustas dessas tecnologias, visto que adquiriram bastante experiência prática.

Porém, é muito difícil saber quais tecnologias realmente serão revolucionárias e mudarão nossas vidas e quais são apenas uma tendência temporária. Da mesma forma, também é difícil saber quando começar a investir nela. Se investir muito cedo, pode demorar muito para ter retorno financeiro, e se entrar muito tarde, pode não ser algo tão lucrativo quanto esperado.

A realidade virtual, por exemplo, é uma tecnologia nova que ainda demorará alguns anos para se popularizar, pois exige que o usuário tenha um computador de bom desempenho e adquira um equipamento específico e ainda muito caro, e também não apresenta muitos jogos e aplicativos projetados para ela.

A realidade aumentada, por outro lado, é uma tecnologia que foi muito discutida durante seus primeiros anos, mas acabou não conseguindo manter sua relevância nos anos seguintes.

Porém, essa cultura early adopter e pesados investimentos em marketing podem fazer qualquer tecnologia parecer revolucionária, e as pessoas mais empreendedoras e interessadas em tecnologia podem ficar com FOMO ao ver frequentes notícias sobre ela, ver influencers divulgando-a e amigos próximos discutindo sobre o assunto.

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No mundo dos investimentos

O mundo dos investimentos é outro lugar em que o FOMO é muito comum. De forma semelhante à tecnologia, investir cedo pode trazer muitos benefícios, isto é, investir em um empreendimento que ainda está no início, ou investir em ações que estão com preço baixo, pode levar a muitos lucros no futuro. Por isso, acompanhar as tendências e fazer decisões rápidas é muito importante.

E quando os investimentos se juntam com novas tecnologias, isso fica muito mais forte. Um exemplo atual é o das criptomoedas. A poucos anos atrás, o Bitcoin se tornou umas das principais formas de investimento no mundo todo, com seu valor aumentando rapidamente a cada dia. E ele foi seguido por diversas outras criptomoedas, que buscavam solucionar problemas observados no Bitcoin, como o Ethereum, Cardano, Solana, entre outras, e algumas também se valorizaram rapidamente.

Junto a essa nova tecnologia, nasceu também o conceito de “propriedades digitais”, isto é, conteúdos digitais associados a alguma forma de definir qual o dono delas, permitindo que sejam revendidas e funcionem como uma forma de investimento.

Embora isso já acontecesse com as criptomoedas, surgiram também os NFTs a partir da mesma tecnologia (a blockchain), que permitiram uma forma de tornar outras mídias digitais (como imagens, áudio e vídeo) em bens únicos e comercializáveis. Não demorou muito para essa tecnologia, criada em 2015, começar a movimentar muito dinheiro no mundo todo (no caso, na forma de criptomoedas).

E, claro, sendo tecnologias novas e bastante lucrativas, começou uma “corrida do ouro”, com várias pessoas entrando nesse novo mercado como forma de aumentar os próprios rendimentos, e várias outras criptomoedas sendo criadas.

Porém, se trata também de um mercado extremamente volátil e desregulado. Não há qualquer proteção governamental envolvida, e é consideravelmente mais fácil perder muito dinheiro do que ganhar muito dinheiro. Muitas pessoas se aproveitam dessa falta de regulamentação para aplicar golpes em quem ainda não conhecem muito sobre a tecnologia, e não há qualquer garantia de que o que você comprar realmente se valorizará com o tempo.

Conclusão

O FOMO é um sentimento complicado, fruto de um mundo em constante mudança, mas que traz muitos malefícios à saúde mental das pessoas. É importante ficar atento para evitar cair nessa armadilha. Todo mundo tem seu próprio ritmo, e novas oportunidades sempre virão. Caso acredite apresentar FOMO, consulte um psicólogo!

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