Cultura Maker: descubra o que é e como funciona
Você já ouviu falar no termo “cultura maker”? É um termo que surgiu recentemente e foi importado dos Estados Unidos para o Brasil, originado do termo maker culture. Ele é usado para descrever uma nova tendência entre o público, que só tende a crescer: a de querer fazer as coisas por si só. É a cultura do Do It Yourself, isto é, “faça você mesmo”.
Mas por que isso é uma cultura? O que mudou nesses últimos anos? A diferença é que isso se expandiu e acabou criando um ecossistema completo. Isto é, existe tanto o público que adere à cultura maker, quanto uma diversidade de iniciativas e empreendimentos que contribuem para que ela continue existindo, e para que mais pessoas façam parte dela.
Quer entender como isso tudo funciona? Vamos explicar!
Cultura maker e o “faça você mesmo”
A ideia dela é incentivar as pessoas a produzirem seus próprios objetos. Móveis, esculturas, canecas e até eletrônicos podem nascer disso. É sair um pouco da mesmice dos produtos industriais produzidos em massa e criar coisas próprias, exercendo a própria criatividade e individualidade.
Mas não se preocupe, ninguém espera que você entre nessa cultura já sabendo de tudo. A comunidade maker é bem extensa e diversa, presente em vários cantos do mundo, e há muitas pessoas dispostas a te ajudar a por a mão na massa.
Além disso, como estamos na era da informação, o que não falta é conteúdo disponibilizado gratuitamente na internet ensinando a fazer as mais variadas coisas, de esculturas em madeira e impressão 3D, até instruções passo a passo de como realizar pequenos reparos em casa. O YouTube é a principal fonte de informações desse tipo, mas você pode encontrá-los por toda internet.
Makerspaces – fornecendo infraestrutura
Uma parte muito importante da cultura maker é a criação e utilização dos chamados “makerspaces”. Isto é, dos espaços maker. São espaços dedicados especialmente à criar seus próprios objetos por si mesmo, fornecendo ferramentas e materiais e até disponibilizando pessoas para te ajudarem em suas empreitadas.
Um tipo de makerspace bem famoso é o Fab Lab, isto é, o laboratório de fabricação. Os Fab Labs são espaços que disponibilizam diversas ferramentas para diversos fins, como impressoras 3D, fresadoras CNC (isto é, controladas por computador), cortadoras a laser, computadores com softwares CAD, além de ferramentas e dispositivos para eletrônica, robótica, marcenaria e mecânica, e também conta com uma equipe especializada para auxiliar os usuários a utilizar essas ferramentas.
Além disso, existem também os hackerspaces. São espaços normalmente criados por adeptos da cultura maker e que normalmente não são tão “completos” quanto os Fab Labs. Porém, normalmente têm um público mais leal e acabam desenvolvendo uma cultura e comunidade próprias.
Todo hackerspace é diferente, portanto o que você pode fazer em um depende das ferramentas que estiverem disponíveis. Alguns podem ser mais especializados em práticas manuais, como marcenaria e impressão 3D, enquanto outros podem ser mais “digitais”, focando em desenvolvimento e uso de software livre e artes digitais.
A cultura maker na internet
Porém, para fazer parte dela você não precisa necessariamente frequentar algum makerspace, se interessar por habilidades manuais, nem gastar muito dinheiro. É só fazer algo por si mesmo.
Por isso, é possível também encontrar na internet diversas comunidades da cultura maker, como em fóruns, blogs e redes sociais. Nelas você pode ter contato com diversos tipos de pessoas, cada uma com interesses diferentes, e que podem dar dicas sobre como fazer aquilo que você busca fazer. Além disso, como nem toda cidade tem um Fab Lab ou espaço similar, há sempre a possibilidade de compartilhar ferramentas e conhecer lugares em que você pode obter os materiais que precisa.
Além disso, se você tiver mais interesse em tecnologia, a cultura maker também abrange as áreas de software e hardware livre.
Software livre é um software de código aberto disponibilizado gratuitamente. Existem atualmente softwares livres de diversos tipos, desde simples aplicativos e jogos até sistemas operacionais inteiros (como é o caso do Linux e sua distribuição mais famosa, o Ubuntu). Atualmente o GitHub é o principal polo dessa área, funcionando tanto como espaço de divulgação dos softwares quanto como repositório de códigos fonte e rede social de programadores.
O hardware livre, que embora não seja tão popular quanto o software livre também é muito usado, é um hardware que tem o seu funcionamento aberto e pode ser livremente modificado. Exemplos mais comuns são o Arduino e o Raspberry Pi. A comunidade se envolve no uso e desenvolvimento desses hardwares, além da parte de programação em si, para criar dispositivos para automatizar o dia a dia, criar alternativas mais baratas a sistemas de segurança e internet das coisas, além de usar para diversão, como para criar robôs.
Sua importância para a educação
Várias escolas já estão mostrando interesse em aderir à cultura maker ou aspectos dela. Ela fomenta o desenvolvimento da criatividade e da prática com atividades práticas, além de desenvolver o senso crítico das pessoas, pois elas adquirem maior conhecimento sobre como objetos, softwares e hardwares do cotidiano são fabricados e como poderiam ser melhorados.
Exatamente por isso, essa prática se torna importante para o desenvolvimento das pessoas como cidadãos e consumidores. Elas adquirem uma visão diferente do cotidiano, sempre pensando em como as coisas poderiam ser melhores. E pelo mesmo motivo, incentiva o empreendedorismo: não só elas percebem que as coisas poderiam ser melhores, como que elas também têm o poder de mudá-la.
Embora ainda demorará um tempo para essa adoção ser feita em larga escala, você também pode já começar a aderir à cultura maker e contribuir para que seus filhos desenvolvam esses valores também.