Robótica: entenda o que é
Todos nós sabemos muito bem que a robótica é o futuro. Todos sonhamos com um futuro mais automatizado, em que podemos deixar os trabalhos repetitivos e fisicamente exigentes nas mãos de máquinas robustas e inteligências artificiais avançadas, enquanto nós podemos nos dedicar aos nossos talentos e ambições assim como às nossas famílias e ao lazer.
Porém, tudo isso depende de avanços nessa enigmática área da robótica. Afinal, do que ela se trata exatamente? Como os roboticistas desenvolvem os avanços nessa área? O quão complexa ela pode ser? E, claro, o quão próximos estamos da época em que esse sonho se tornará realidade?
Neste artigo vamos falar brevemente sobre como tudo isso funciona. Confira!
O nascimento do conceito de robótica
A robótica nasceu da ficção científica. O conceito de “robô” surgiu de uma peça de teatro de 1920 chamada “A Fábrica de Robôs”, criada pelo dramaturgista tcheco Karel Čapek. A história se centrava em uma fábrica que fabricava seres artificiais muito semelhantes aos humanos. O termo “robô” foi cunhado pelo seu irmão, Josef Čapek, a partir palavra tcheca “robota”, que significa “servidão”.
O termo “robótica”, por outro lado, foi cunhado pelo escritor Isaac Asimov, um dos clássicos autores de ficção científica, conhecido pela coletânea de histórias curtas “Eu, Robô” (que serviu como base para o filme de mesmo nome) e pelas séries de histórias “Robôs” e “Fundação”, além da criação das clássicas “Três Leis da Robótica”.
O termo foi cunhado acidentalmente: como a ciência que estuda e desenvolve dispositivos elétricos é conhecida como “eletrônica”, então seria natural que a ciência que estudasse e desenvolvesse robôs fosse denominada “robótica”, visto que as duas áreas são bem próximas. A primeira vez que o termo foi usado foi em 1941, em uma história curta chamada “Mentiroso!”, que faz parte da coletânea “Eu, Robô”.
Evolução
Embora robôs e outros tipos de seres artificiais fossem parte de nossa literatura e até das antigas mitologias (onde eram conhecidos como “autômatos”), a robótica como ciência e tecnologia ainda demorou um tempo para se desenvolver plenamente.
Os primeiros robôs nasceram como fruto dos avanços das revoluções industriais e eram basicamente máquinas que faziam parte do processo de manufatura. No caso, eram braços mecânicos programáveis, projetados para manipularem objetos pesados e automatizarem processos mais complexos.
Avanços nessa área, movidos principalmente pela ficção científica, mostraram que era possível surgirem robôs humanoides no futuro, e que provavelmente teriam estruturas com funcionamento similares aos órgãos e sistemas humanos. Surge daí a área da cibernética, ramo da ciência que estuda e desenvolve sistemas artificiais tendo como base sistemas biológicos.
Com os avanços tecnológicos nas áreas da eletrônica, computação e engenharia mecânica, foi possível desenvolver máquinas cada vez menores, mais complexas e mais precisas. Disso, começaram a surgir os primeiros robôs humanoides como o WABOT, da Universidade de Waseda, no Japão, e o Freddy, da Universidade de Edinburgo, ambos na década de 70. Já nessa época começaram os primeiros testes de síntese de voz e criação de mãos robóticas humanoides, e nas décadas seguintes surgiram os robôs de uso cirúrgico, de exploração de outros planetas e os primeiros robôs domésticos e produzidos em massa, como o famoso Roomba e o Nao.
E os avanços não param!
Como ela é atualmente
O maior desafio da robótica é o fato de ela englobar múltiplas áreas da ciência e da engenharia. Engenharia mecânica, engenharia mecatrônica, inteligência artificial, síntese de voz, interpretação de linguagem natural, visão computacional, engenharia da computação, ciência da computação, engenharia de materiais, entre várias outras, são algumas das áreas que contribuem para o desenvolvimento da robótica.
Para haver algum avanço nessa área, é preciso que antes hajam avanços nessas outras áreas, e em seguida que alguém consiga unir todos esses avanços em um mesmo projeto. É uma área multidisciplinar, e que precisa de profissionais experientes em suas próprias áreas e capazes de cooperarem em nome do sucesso dos projetos em que fazem parte. Fora os investimentos necessários: o desenvolvimento de robôs humanoides atualmente é muito mais uma área de pesquisa do que de desenvolvimento de produto. São investimentos de longuíssimo prazo, e nem toda empresa tem os recursos para isso.
Porém, embora ainda não tenhamos chegado no nível de desenvolvimento tecnológico presente nas obras do Asimov, está claro que já estamos chegando perto. A Sophia, por exemplo, é um dos robôs mais semelhantes ao ser humano que existem atualmente. Ela foi desenvolvida para conseguir conversar como um ser humano, não somente pela interpretação e sintetização de voz em conjunto com a geração de respostas para as perguntas que recebe, como também a interpretação e sintetização de expressões faciais e gestos.
Ainda assim, há um longo caminho pela frente. A Sophia nem sempre dá respostas que fazem sentido, devido a problemas de reconhecimento de voz, interpretação de entrada e desenvolvimento da resposta, problemas também presentes em assistentes de voz como a Alexa e a Siri. Além disso, ainda não consegue andar como um ser humano. O foco inicial foi a sua habilidade de conversação, e ela somente começou a “aprender a andar” dois anos depois de sua estreia.
Mas mesmo assim, as pesquisas continuam. E com a velocidade de desenvolvimento da tecnologia, não vai levar muito tempo até que todos esses problemas desapareçam. Cientistas, universidades e empresas do mundo todo dedicam muito tempo e muitos recursos para tornar esses sonhos da ficção científica em realidade, e com isso melhorar e muito nossa qualidade de vida.
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