O Stadia é mais uma inovação tecnológica vinda da Google, dessa vez no mundo dos jogos.

Stadia: descubra o que é essa novidade da Google

Quem já está na internet a algum tempo já deve ter notado que a Google adora inovar. Começou a criação de aplicativos completamente voltados à internet, incluindo seu próprio pacote de produtividade, desenvolveu tecnologias experimentais e inovadoras como o finado Google Glass, e agora pretende também entrar no mundo dos jogos com um serviço chamado Stadia.

O Stadia é uma plataforma de jogos feita do jeito Google: se encontra completamente na internet. Não é preciso baixar gigabytes de arquivos de jogos, não precisa ter um computador muito potente, e dependendo do jogo nem precisa pagar por ele.

Achou interessante? Quer saber como funciona tudo isso? Confira!

Stadia é uma plataforma de streaming de jogos

Sim, streaming. Da mesma forma que com plataformas de streaming de música, como o Spotify, você não precisa baixar ou comprar músicas para ouvi-las, e igualmente como plataformas de streaming de séries e filmes, como a Netflix ou Prime Vídeo, com o Stadia você não precisa baixar os jogos que quer jogar. E estamos falando de jogos modernos como PUBG e Doom Eternal, não jogos em Flash.

Além disso, embora alguns jogos precisem ser comprados à parte, vários deles se tornam disponíveis assim que você assina o Stadia Pro, de forma semelhante ao que os serviços de streaming usuais fazem.

Mas o que o diferencia da Steam e do Xbox Game Pass, por exemplo? A Steam também é uma distribuidora virtual de jogos, e o Xbox Game Pass é um serviço de assinatura que disponibiliza jogos gratuitamente também.

A diferença, é justamente o que torna ele uma plataforma de streaming de jogos, é que você não precisa baixar nenhum jogo. Pelo contrário, você joga tudo através do seu navegador Chrome ou do aplicativo para celular ou tablet. Por isso, o único requisito para usá-lo é ter uma internet boa e um computador razoável. O resto é com a Google.

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Como funciona?

Mágica? Não, é pura tecnologia. E a Google fazendo o que faz de melhor: investir em internet, aplicativos para web e servidores.

Embora o Stadia faça parecer que você está jogando o jogo em seu próprio computador, na verdade ele está sendo executado nos servidores da Google, em algum lugar do mundo. O aplicativo ou página da web é programado para receber as ações que você faz com o teclado, mouse, toque ou até controlador e enviá-las para esse servidor. Nele, as ações são executadas dentro do jogo.

A tela do jogo também está sendo constantemente enviada para seu computador ao vivo, como em uma “live”. Para garantir que a experiência seja tão boa quanto se o jogo estivesse no próprio computador, com a assinatura Pro é possível ter uma resolução de vídeo de até 4K e som surround 5.1. Além disso, o serviço também vende o próprio controlador, com estilo semelhante ao Dual Shock do Playstation, já adaptado para ser usado com ele.

E também não precisa se preocupar em administrar os próprios arquivos de jogos salvos, como se fazia antigamente para passar um jogo de um computador para outro, ou de um console para outro. Fica tudo gravado na nuvem e associado à sua conta, pronto para quando você voltar ao jogo.

Limitações

Embora o Stadia pareça ser a plataforma de jogos perfeita, justamente por ser muito mais acessível às pessoas, é importante saber que ele também apresenta algumas limitações.

Primeiro, ele depende totalmente da internet. Não é como alguns jogos lançados recentemente que requerem conexão com a internet como forma de combater a pirataria. Você precisa se manter conectado para jogar, pois o jogo em si está funcionando em um servidor remoto, mesmo em jogos de um jogador. Se sua internet cair e você não conseguir se reconectar, pode ser que perca seu progresso, dependendo do jogo.

Em segundo lugar, existe o problema da latência da internet. A latência é o tempo de resposta de um servidor, isto é, o tempo que demora para uma informação chegar ao servidor e ser recebida pelo usuário. A latência depende muito da velocidade da internet, do tipo de cabo usado (se é de cobre ou fibra ótica) e qual a localização do servidor.

A latência já é algo que causa vários problemas em jogos de multijogadores online, como os jogos de tiro, pois diminui a velocidade de reação dos jogadores. Isso diminui quando o jogo apresenta servidores brasileiros ou até norte-americanos, e quando usa-se conexão de fibra ótica, mas jogar esses tipos de jogos no Stadia significa que haverá um duplo problema de latência: do usuário ao servidor da Google, e dele para o servidor do jogo. Isso sem contar o atraso do vídeo, pois ele precisa capturar cada imagem da tela, convertê-la para um formato de vídeo e enviá-la para o usuário, várias vezes por segundo.

Atualmente, ele ainda não foi lançado no Brasil, tendo servidores somente na América do Norte e na Europa, então a latência será sempre um pouco alta. Se quiser testá-lo, poderá aproveitar o mês grátis de teste. Porém, se decidir continuar a usar, os jogos por enquanto são vendidos somente em dólares e euros, e com preços similares ao de outras plataformas de distribuição de jogos.

O futuro do Stadia

Embora não estejamos na época ideal para melhor aproveitar o serviço, isso não significa que ele ficará parado no tempo. A Google foi pioneira nesse tipo de plataforma, e sabia dos desafios que teria de enfrentar. Com o tempo, o disponibilizará em outros países, inclusive no Brasil, e será possível pagar pelo serviço com nossa moeda e aproveitar uma latência menor.

Além disso, as inovações no ramo da internet nunca param. A tendência é ela ficar mais rápida e mais barata a cada ano. A adoção das tecnologias de quinta geração, o famoso 5G, já pode significar uma grande melhoria da experiência dos usuários com o Stadia, assim como a expansão do uso de fibra ótica.

E se tudo der certo, precisar de um “PC gamer” para acompanhar os lançamentos de jogos se tornará uma relíquia do passado.

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